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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Papa se reúne com Fidel e prega fim de conflito na Colômbia

TONY GENTILE/AFP
O papa Francisco manteve um encontro particular com o ex-ditador cubano Fidel Castro ontem, confirmou o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi. O encontro, que durou entre 30 e 40 minutos, aconteceu na casa do ex-ditador na presença de seus filhos e netos e da mulher de Fidel, Dalia Soto del Valle.
O papa reuniu-se com o líder cubano após celebrar uma missa na praça da Revolução, em Havana, com a presença do ditador cubano, Raúl Castro, e da presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
Em seu pronunciamento durante a missa, o pontífice fez um apelo para que o governo colombiano e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) ponham fim ao conflito mais longo da América do Sul, afirmando que os dois não podem permitir o fracasso do processo de paz.
"Que o sangue derramado por milhares de inocentes durante longas décadas de conflito armado" mantenha os esforços para encontrar uma paz definitiva, disse o papa argentino.
Havana é palco há mais de dois anos de um diálogo entre o governo e as Farc para tentar pôr fim ao conflito de meio século. Francisco, que é o primeiro papa latino-americano da Igreja Católica, recentemente ajudou no processo de reconciliação histórica entre os EUA e Cuba.
A capital cubana é a primeira parada da viagem do pontífice à Cuba e aos Estados Unidos. Em sua homilia, o papa argentino não abordou diretamente a situação política na ilha, nem as relações com os Estados Unidos.
Dissidentes
Alguns dissidentes cubanos aproveitaram a chegada do papa Francisco a Cuba para denunciar dezenas de detenções e de prisões domiciliárias de opositores ao regime de Raúl Castro. 
A líder do movimento dissidente Damas de Branco, Berta Soler, disse ter sido detida temporariamente no sábado, antes da chegada de Francisco. Ela também disse ter sido presa por algumas horas de ontem, quando se encontrava com mais 22 elementos do movimento e com o seu marido, o ex-preso político Ángel Moya, para assistir à missa papal.
“Saímos da sede do [movimento] 23 Damas de Branco às 5h da manhã para podermos chegar à praça [onde o papa celebrou a missa] e fomos todos presos“, contou Berta Soler a agências de notícias por telefone, já em casa e depois de ter estado detida várias horas numa esquadra de Alamar, zona onde mora.
A dissidente acrescentou que recebeu relatos de prisões semelhantes por parte dos seus companheiros da província de Matanzas, Villa Clara, Guantânamo, assim como de Holguín e Santiago de Cuba, as outras duas dioceses que o papa Francisco vai visitar durante a sua estadia de quatro dias na ilha.
Em sua missa, Francisco disse que cristãos cubanos devem "servir" aos mais frágeis na sociedade. O papa também defendeu a rejeição de qualquer ideologia no serviço aos demais e alertou para os perigos de poder e ideologia quando há exclusão.
 (das agências)

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