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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Médicos-residentes paralisam no Ceará e demais estados do País

Médicos-residentes que trabalham no Sistema Único de Saúde (SUS) fizeram ontem uma paralisação em várias cidades do país. Organizada pela Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), a paralisação foi feita em todos os estados, mas pelo menos 30% dos residentes mantêm as atividades para garantir o atendimento nas emergências.
No Ceará, os profissionais de mais de 15 hospitais públicos paralisaram as atividades ontem pelo Movimento Nacional de Valorização da Residência Médica. Sem números oficiais e sem contabilizar médicos do Interior, o Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) acredita que cerca de 400 residentes aderiram ao movimento.
Ao contrário do que previa o Simec e a Associação Médica Cearense (AMC), efeitos da paralisação não foram sentidos em hospitais como o Instituto Doutor José Frota (IJF) e a Maternidade-Escola Assis Chateaubriand (Meac), onde médicos paralisaram as atividades. “Mobilização não teve reflexo nos atendimentos realizados pelo hospital”, afirmou, em nota, a assessoria de comunicação do IJF.
De acordo com Mayra Pinheiro, presidente do Simec, procedimentos eletivos foram desmarcados e a orientação de não comprometer os serviços de urgência, emergência e UTI foi cumprida.
Entre as reivindicações, estão pedidos de melhorias e valorização do trabalho dos residentes e dos preceptores, que são médicos que assessoram o serviço prestado pelo médico-residente.
De acordo com Felipe Ramalho, residente em clínica médica no Hospital Waldemar Alcântara, preceptores não têm qualificação adequada, na maioria das vezes. “Os que têm não recebem estímulo”, afirma referindo-se ao salário e à carga horária dos profissionais instrutores.
Sobre a valorização do serviço do residente, Felipe explica que o papel do médico em processo de estágio é de aprendizado. “Em geral, assumimos o papel do plantonista e de ficar responsável por uma enfermaria. Apesar de ser nossa responsabilidade como médicos, não era pra caber somente a nós”, completa Felipe.
Mayra afirma que intenção do movimento não é deflagrar greve. O dia de ontem foi escolhido simbolicamente e os atendimentos e serviços devem ser normalizados hoje. Além da paralisação, profissionais panfletaram na Cidade e em unidades de saúde.
Mais Médicos
Outra reivindicação é quanto à Lei nº 12.871 de 2013, que institui o programa Mais Médicos, do Governo Federal. Segundo Mayra, dentro do programa há alterações que prejudicam a formação médica no País. Uma das determinações é a permanência dos médicos egressos na residência em medicina comunitária por dois anos. “O médico perde a chance de escolher a especialidade”, lamenta Mayra. (com agências)

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