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quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Inovação e eficiência para sair da crise

A crise econômica e fiscal que o Brasil atravessa exige atenção. Disso ninguém mais tem dúvidas. Que neste processo muitas empresas terão que reduzir custos para se manter de pé, também não. Mas é preciso ter ousadia para olhar mais na frente, fazer investimentos, conhecer melhor a empresa para tomar decisões mais assertivas em relação à eficiência, apostar na inovação e na gestão de pessoas.
Este foi o recado dado por Bruno Girão, Roberto Chade, Everardo Telles e Paulo Penido, executivos de grandes empresas brasileiras, para garantir não apenas a sobrevida neste cenário de instabilidades, mas potencializar as chances de se sobressair no mercado quando a roda da economia voltar a girar.
Eles participaram ontem do CEO Fórum, evento de lideranças empresariais, promovido pela Câmara Americana de Comércio (Amcham), ontem em Fortaleza. Em todas as palestras a inovação foi destacada como uma chave para garantir o crescimento mesmo em tempos de crise. Este tipo de investimento, no entanto, deve ser fruto de um conhecimento preciso do funcionamento da própria empresa e do mercado.
“As opções são diversas dependendo do negócio que você está, mas entendemos que inovação é bom caminho para as empresas no momento de crise. Isso tem feito a diferença neste sentido”, afirmou Bruno Girão, CEO da CBL Alimentos (Betânia).
Ele explica que isso foi o que motivou, por exemplo, a empresa a apostar mais fortemente este ano em uma nova linha de produtos, de zero lactose, um mercado que tem crescido a uma média de 26%, enquanto a média dos iogurtes normais cresce entre 3% a 6%. “Estamos lançando mais produtos nesta linha, procurando nos pequenos nichos onde o crescimento é além da curva”. A empresa deve fechar 2015 com faturamento de R$ 600 milhões, crescimento até agora de 22%, mas que deve encerrar o ano em 15%.

Reestudar a forma como os processos vêm sendo conduzidos nas empresas para trazer mais produtividade com menos - e até mesmo dar mais clareza ao gestor de onde podem ser feitos os cortes, sem afetar o resultado final – é outro investimento que precisa ser priorizado. Girão explica que com a reestruturação dos centros de distribuição, por exemplo, já foi possível conseguir uma economia de 20% nos custos.
Na Dotz – que tem 1,3 milhão de clientes ativos em 12 estados – bons resultados também foram obtidos com a prática. De acordo com o CEO da empresa, Roberto Chade, só neste ano já foi possível economizar 15% com a reformulação do orçamento, sem cortes em novas operações. Pelo contrário, na avaliação dele, o momento pede ousadia, além da ampliação de investimentos. Para este ano, está previsto um aporte de R$ 10 milhões em ações de marketing, expansão e criação de novos produtos.
Gestão de Pessoas
Estimular a confiança e a cultura de envolvimento dentro da própria empresa também é fundamental. “Tenho convicção que a grande sustentação para os próximos anos é criar envolvimento das pessoas com a companhia”, afirmou Roberto Chade.
À frente de uma das mais antigas empresas familiares no Brasil, o Grupo Telles, há 169 anos em funcionamento, Everardo Telles destaca a importância de se ter bons líderes. “A produtividade é resultado da boa gestão e estes gestores precisam ter um líder. É importante a capacidade de motivar e dar o exemplo”.
Paulo Penido, conselheiro da Usiminas, explicou que já viu a empresa siderúrgica – assim como País - passar por momentos de altos e baixos, e que o fundamental para se sobressair nestes períodos de crise é a atenção para melhor gestão de pessoas, formando talentos e conseguindo mantê-los dentro das companhias.
Para a coordenadora de desenvolvimento de negócios da Amcham-CE, Renata Magalhães, buscar inspirações com a experiência de outras empresas e a manutenção do otimismo são imprescindíveis para manter a boa fluidez dos negócios.
DICAS PARA ATRAVESSAR A CRISE
Bruno Girão – diretor presidente da CBL Alimentos
Investir em inovação e diversificação de produtos
Apostar na formação e retenção de talentos dentro da empresa
Reduzir custos internos com planejamento. Os cortes, no entanto, não devem afetar a agregação de valor ao cliente. Ele destaca que em momentos de crise, esse fica mais seletivo e busca priorizar aquilo lhe oferece melhor relação custo x benefício
Não negligenciar o caixa da empresa
Fazer parcerias estratégicas. No campo da inovação, por exemplo, empresas que fazem produtos similares podem dividir espaços, custos e distribuição
Roberto Chade - CEO da Dotz
Gerar clientes felizes. Esta deve ser a preocupação fundamental. E, sobretudo, focar na fidelização para não perder clientes na crise
Buscar eficiência operacional. Neste caso, é importante ter domínio das informações
Manter investimentos que proporcionem inovações
Estimular as vendas e rentabilidade dos parceiros
Criar envolvimento para que as pessoas se sintam motivadas em buscar os resultados
Everardo Telles – presidente do Grupo Telles
A produtividade é resultado da boa gestão. Neste cenário, ganha destaque o papel do líder para conduzir este processo
A inovação deve ser estimulada, principalmente nos momentos de crise.
Verticalizar a cadeia produtiva como forma de gerar economia na transferência de produtos e custos
Diversificar os produtos. Um que não vai muito bem pode ser compensado por outro
Trabalhar, sempre que possível, com recursos próprios. Mas nunca investir todo o capital. Além de manter o controle permanente dos custos
Paulo Penido -conselheiro da Usiminas
As empresas precisam ter uma boa base de Recursos Humanos, peça chave para uma analise avançada de pessoal
Melhorar a produtividade
Fazer investimentos constantes em qualificação e formação de talentos
Conseguir a excelência na gestão de pessoas. Isso inclui colocar as pessoas certas em cada tarefa.

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