Chegou o dia! Em poucas horas a nave New Horizons vai fazer seu sobrevoo histórico passando a 12.500 km da superfície de Plutão, após mais de 9 anos de espera.
O horário previsto para a máxima aproximação nessa manhã é 08:49 e 57 segundos, hora oficial de Brasília. Em seguida, às 09:03, ela deve fazer seu rasante em Caronte, passando a 28.900 km de sua superfície, mas o que podemos esperar da sonda nesse horário?
Na verdade nada. Na fase de aproximação final, que se deu ontem, a sonda transmitiu os dados que tomou nos dias anteriores, interrompeu as transmissões e se posicionou para o encontro. Você deve ter visto no filminho que eu preparei com a ajuda de um simulador da NASA que os instrumentos da sonda estão espalhados pelo corpo dela. Para que seja usado um instrumento específico, a sonda precisa girar no espaço e apontá-lo para o alvo. Para trocar de instrumento precisa executar outra manobra parecida.
Aí para transmitir os dados para a Terra a nave precisa apontar sua antena para nós, deixando os instrumentos olhando para os lados. Ou seja, durante os momentos mais críticos a nave vai estar silenciosa, não vai enviar nem sequer dados de telemetria que mostre que ela está funcionando.
Logo depois da máxima aproximação, a sonda vai passar pela sombra de Plutão e de Caronte, será eclipsada pelos dois objetos e isso vai ser usado para se obter o diâmetro de ambos com altíssima precisão. Minutos depois de cada eclipse, será a vez dos dois corpos celestes encobrirem a visão da nave com a Terra. Em outras palavras, a nave, Plutão (logo em seguida Caronte) e a Terra estarão alinhados. Quando isso acontecer, ela deve captar transmissões de rádio da Terra que vão ajudar a estudar a atmosfera de Plutão.
De acordo com as distorções que as ondas de rádio sofrerão ao passarem pelos objetos, informações sobre temperatura, densidade e sua estrutura poderão ser obtidas. Mas nada de transmitir alguma informação de volta.
Apenas às 22:02 é que a New Horizons deve ligar para casa. Mas ainda não será para mandar nada dos dados coletados! Vai ser uma breve comunicação da situação da nave, literalmente para dizer que a nave está viva, que ela sobreviveu à passagem tão próxima de Plutão e Caronte.
Mesmo as chances estarem em 1 para 10.000 de que ela encontre alguma pedra no meio do caminho e seja seriamente danificada, o comando da missão precisa saber se tudo ocorreu conforme o previsto.
Serão 20 minutos de transmissão de dados de telemetria para confirmar que foi tudo bem. Apesar das chances de ocorrer alguma colisão inesperada serem maiores do que o normal, Alan Stern, o investigador principal da New Horizons, disse que estará na sala de comando comemorando o sucesso da missão.
Aliás, após dizer isso na coletiva, ele e os outros membros da equipe saíram para iniciar as comemorações em um restaurante próximo...
E os dados?
Só na quarta feira! Há uma transmissão de dados bem longa (1 hora e meia) programada para finalizar às oito da manhã e a coletiva de imprensa para mostrar os dados recebidos está para ser agendada ainda. Na minha opinião, logo depois das 8h essas imagens serão divulgadas.
Só na quarta feira! Há uma transmissão de dados bem longa (1 hora e meia) programada para finalizar às oito da manhã e a coletiva de imprensa para mostrar os dados recebidos está para ser agendada ainda. Na minha opinião, logo depois das 8h essas imagens serão divulgadas.
E acho que vai valer a pena ficar de plantão, as fotos tiradas durante a máxima aproximação terão resolução de 70 metros por pixel, ou menos do que um quarteirão! Se a New Horizons estivesse sobrevoando sua cidade a 12 mil km de altura, seria possível reconhecer a rua da sua casa.
Durante a máxima aproximação, o controle da missão irá transmitir uma contagem regressiva simbólica, já que não haverá imagens ao vivo, acompanhada da simulação que já postei abaixo. A melhor imagem de antes do sobrevoo está prometida para ser divulgada por esse horário, mas a grande expectativa do dia será a ligação para casa no final do dia.
g1
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