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sábado, 18 de julho de 2015

Parreira: Sem clube forte não existe Seleção

Muito tem se discutido sobre a reformulação no futebol após o Brasil ser eliminado de forma vexatória com o 7 a 1 da Alemanha, no Mineirão, pela semifinal da Copa de 2014 em casa.

Carlos Alberto Parreira, que foi tetracampeão com a seleção brasileira em 1994, nos Estados Unidos, sabe como o país pode se reconstruir no futebol.

“A base seria voltar a trabalhar as bases nos clubes, a infraestrutura. Sem clube forte não existe Seleção forte. Quando eu falo em clube é desde as divisões de base para formação, a infraestrutura, tornar um clube realmente rentável tecnicamente muito bom e formador de jogadores”, disse em entrevista exclusiva à Rádio Bradesco Esportes FM Rio.
Parreira ainda lembrou-se do passado para comprovar o seu pensamento. “Vale lembrar que quando o Brasil tinha clubes fortes: Santos, Vasco, Botafogo, fomos campeões em 1958 e bi em 62. A Espanha que ganhou a Copa de 2010 tinha oito do Barcelona. O Bayern de Munique deu  oito nas conquistas de 74 e 2014. O Ajax quando tinha oito na seleção holandesa foi brilhante em 1974”, destacou.

O técnico tetracampeão pede organização ao futebol brasileiro. “Nós temos muitas competições para pouco calendário. Temos que priorizar a grande competição, a melhor que nós temos que é o Campeonato Brasileiro, que atende três divisões, 60 clubes profissionais  com data garantida de maio a dezembro”, defendeu.

Parreira voltou a lembrar do grande problema do futebol: “O calendário é o nosso grande ‘Calcanhar de Aquiles, que envolve três pilares: técnico, financeiro e político. Nós temos muitas competições para pouco calendário”, observou.

“É preciso vontade política para pular esses paradigmas. Não enfrentar vai ficar essa mesma ladainha e não vai sair do lugar. Temos que ter a coragem de quebrar uns tabus que existem por ai”, ressaltou.

Eliminatórias
“Temos três etapas para passar: a primeira é de tiro curto, que são as Eliminatórias. A de médio prazo é a Copa e a longa que é reformar o futebol brasileiro em 10 anos”.

Dunga

Já falei com o Dunga que a Eliminatória tem que encarar cada jogo como sendo importante, como se fosse uma final. A tendência pé que a pressão siga no mesmo rumo, não tem jeito. O treinador conhece e vai encontrar soluções para amenizar isso”.

21 anos do tetra

“Dia especial sem dúvida alguma. A de 94 não é mais importante do que nenhuma das outras que o Brasil conseguiu, mas teve um aspecto muito interessante por quebrar um hiato muito longo que incomodava todo torcedor brasileiro que era de 24 anos. Até hoje deparo com gente na rua, que fala que eu fui o técnico campeão em 94, falando para o filho que é a primeira Copa que o papai viu, chorei muito, Então teve toda uma geração que não havia  sido campeão e proporcionou essa alegria pra muita gente. Fico feliz de ter participado e conquistado o título para o Brasil”
Como tudo começou

“No dia 21 de setembro de 91 fui apresentado e os jogadores se apresentaram na parte da tarde, jantamos e em seguida fizemos a primeira reunião e a missão era voltar a fazer a torcida ficar contente. Expliquei o processo da maneira que a gente poderia chegar lá. O mais importante era definir essa estratégia e só existia um pensamento: voltar a ser campeão. Isso era o tópico de tudo. Único objetivo, única visão depois de três anos voltar a ser campeão do mundo.  A camisa amarela tinha que voltar a brilhar” 

Grupo dedicado

“Esse grupo foi muito dedicado, forte. A gente sofreu muito durante as Eliminatórias. A pressão era muito grande e parecia que queriam destruir a Seleção. Não queriam que voltasse a ser campeão, e a gente esperava exatamente ao contrário todo apoio para voltar a ser campeão. Por sorte era um grupo forte, muito fechado, jogadores com personalidade, com caráter que já tinham passado um dissabor de quatro anos antes na Copa de 90 e que, sabiam exatamente que rumo tomar para que não acontecesse em 94 o que tinha ocorrido em 90. Isso, de certa forma, facilitou o nosso trabalho”
Band UOl

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