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quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Taxa de desemprego atinge 8,7% no trimestre

Resultado também mostrou forte piora ante os três meses até agosto do ano passado, quando a taxa foi de 6,9% / Marcello Casal Jr/ABr
A taxa de desemprego do Brasil atingiu 8,7% no trimestre finalizado em agosto e renovou o maior patamar histórico da série iniciada em 2012 pela quarta vez, destacando a deterioração do mercado de trabalho com queda do rendimento real em meio ao cenário de recessão no país.

No trimestre até julho, a taxa medida pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua havia sido de 8,6%. O resultado também mostrou forte piora ante os três meses até agosto do ano passado, quando a taxa foi de 6,9%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O aumento da taxa decorre do contínuo aumento da busca por trabalho num momento de baixa confiança na economia e inflação elevada.

"O mercado de trabalho não está gerando vagas mas está havendo alta expressiva na procura por trabalho. O que se viu em agosto foi um mercado que não absorve a população desocupada criando uma pressão no mercado", apontou o coordenador da pesquisa no IBGE, Cimar Azeredo.

No trimestre até agosto, a população desocupada, que inclui aqueles que tomaram alguma providência para conseguir trabalho, subiu 7,9% sobre o trimestre imediatamente anterior, para 8,804 milhões de pessoas, nível histórico mais alto.

Sobre o mesmo período de 2014, houve aumento de 29,6% no número de desocupados, também maior nível da série, o que significa 2 milhões de pessoas a mais procurando emprego.

Nos três meses até agosto, somente o emprego com carteira assinada caiu 3% na comparação com o ano anterior, o que representa 1,089 milhão de pessoas.

Já a população ocupada ficou estável nos três meses até agosto, chegando a 92,128 milhões de pessoas ante o trimestre anterior, representando um aumento de 0,2% sobre o mesmo período do ano passado.

"O mercado de trabalho não gera vagas para quem está em idade de trabalhar nem para quem está indo para a força de trabalho. A perda da estabilidade faz com que mais gente vá ao mercado", completou Azeredo.

O IBGE usa a comparação com o trimestre imediatamente anterior ao período anunciado para evitar repetição de dados.

O nível de ocupação, que mede a parcela da população ocupada em relação àquela em idade de trabalhar, atingiu 56% no trimestre até agosto, queda de 0,2 ponto percentual em relação aos três meses até maio.

Já a renda média real habitual recuou 1,1% nos três meses até agosto em relação ao trimestre até maio, a R$ 1.882. Na comparação com o mesmo período de 2014, houve aumento de 1%.

Diante do quadro de recessão e inflação e juros elevados, o mercado de trabalho vem definhando desde o início do ano, com a confiança abalada dos empresários dificultando a criação de vagas. O cenário ainda é agravado pela forte crise política, que aumenta a insegurança.

Pesquisa Focus do Banco Central junto a uma centena de especialistas projeta contração do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,02% neste ano e de 1,43% em 2016.

Na PME (Pesquisa Mensal de Emprego) do IBGE, que leva em conta dados apurados apenas em seis regiões metropolitanas do país e será substituída pela Pnad Contínua no começo do próximo ano, a taxa de desemprego do Brasil repetiu em setembro a taxa de 7,6 por cento do mês anterior, mas sem indicar melhora no atual cenário.

O Brasil fechou em setembro 95.602 vagas formais de trabalho, no pior resultado para o mês desde o início da série histórica em 1992, de acordo com dados do Ministério do Trabalho.

band uol

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