Rádio Líder FM de Acopiara

sábado, 24 de outubro de 2015

Identificado dono de terreno desmatado na APA da Aratanha


Responsável por desmatamento na APA da Aratanha é empresário do setor da indústria química em São Paulo e São Gonçalo do Amarante, no Ceará. Prefeitura de Maranguape encaminhou informação à Polícia e ao Governo. A Prefeitura de Maranguape identificou o responsável pelo desmatamento de aproximadamente quatro hectares de Mata Atlântica na Área de Proteção Ambiental (APA) da Aratanha. É o empresário José Fernando Leal, do ramo da indústria química. Na última semana, Paulo Roberto Neves, secretário do Meio Ambiente, Desenvolvimento Urbano e Agrário da Cidade da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), encaminhou a informação à delegacia municipal da Polícia Civil, onde foi aberto um inquérito, e à Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), órgão responsável pela fiscalização da APA.

De acordo com Paulo Neves, de posse do nome do dono da propriedade desmatada e da escritura, a Polícia Civil e a Semace deverão notificá-lo para que ele responda pelo crime ambiental, pague multa e inicie o replantio do ecossistema destruído. “É uma ferida grande para a Serra de Maranguape. Caso o local não seja recuperado imediatamente, poderá provocar uma erosão e, no futuro, risco de deslizamento”, avalia o secretário.
Paulo Lira lembra que em 1974 no outro lado da serra (Pedra Rajada), por causa de constantes desmatamentos e da falta de recuperação da floresta e do solo, um deslizamento causou uma tragédia em Maranguape. Onze pessoas morreram soterradas e várias casas foram destruídas. O lugar ainda hoje é considerado área de risco.
No âmbito municipal, Paulo Neves informa que irá autuar José Fernando Leal por falta de autorização para construir um empreendimento na APA da Aratanha. Segundo o secretário “não houve consulta nem permissão”. No local devastado, a 11 quilômetros do sopé da serra, há milhares de tijolos estocados, uma cisterna de polietileno, equipamentos para construção civil e uma plantação de grama. Os cinco operários que trabalhavam no lugar informaram ao O POVO e na delegacia que seria erguida ali uma casa de “um empresário que mora em São Paulo”.



Empresário
José Fernando Leal, de acordo com o secretário Paulo Neves, comprou 3,7704 hectares na APA da Aratanha por R$ 143 mil. Negócio feito em março deste ano. Ele é dono de uma fábrica em Taboão da Serra, na Grande São Paulo, e sócio de outra empresa em São Gonçalo do Amarante, na RMF.
 O POVO ligou três vezes para José Fernando Leal nesta semana. Na tarde de terça, 20, a secretária informou que ele “estava externo”. Na última quinta, 22, foi feita uma nova ligação para São Paulo e a mesma funcionária afirmou que “ele estaria externo a semana inteira”.
Também na terça-feira, o jornal enviou e-mail com nove perguntas para o empresário e copiou a secretária dele. Apesar de ter confirmado o recebimento da entrevista, ela afirmou que não teria repassado a demanda para o chefe nem teria avisado sobre o interesse do O POVO em publicar a versão dele sobre o desmatamento. Até o fechamento desta matéria não houve resposta do empresário.
 Saiba mais
A APA da Aratanha foi criada para possibilitar maior controle sobre os ecossistemas locais, bem como proteger as comunidades bióticas nativas, as nascentes dos rios e as vertentes. Também para conservar a remanescente Mata Atlântica, os leitos naturais as águas pluviais e as reservas hídricas do Ceará. A APA da Aratanha abrange territórios de Maranguape, Pacatuba e Guaiuba.
No local é proibida ou restrita implantação ou ampliação de atividades poluidoras ou degradadoras; empreendimentos capazes de afetar os mananciais de água, formas do relevo, solo e o ar ou a realização de obras de terraplanagem e abertura de canais ou de estradas, bem como sua manutenção, quando essas iniciativas importarem em sensíveis alterações das condições ecológicas locais.
 Para entender
9/10/2015. O POVO denuncia que pelo menos quatro hectares de Mata Atlântica foram derrubados na APA da Aratanha. O lugar fica na localidade de Espírito Santo. Além de destruir parte da a mata úmida, também foi barrado um córrego d’água. (Leia a reportagem em:http://migre.me/rNWKr)
10/10/2015. Fiscais da Semace vão ao local e embargam a obra clandestina. Depois do desmatamento, cinco operários faziam serviço de terraplanagem e iriam iniciar a construção, supostamente, de uma mansão. (http://migre.me/rNWGs)
14/10/2015. Prefeitura de Maranguape informa que não autorizou a construção de empreendimento na APA.
15/10/2015. Fiscais da Semace constatam que empresário não obedeceu ao embrago. Inquérito sobre o caso é aberto. 
Fonte: O povo online

Nenhum comentário:

Postar um comentário