Governo prepara pacote que inclui crédito para empresa que não demitir
O governo federal prepara um novo
programa de ajuda para os grandes setores industriais do país.
A primeira medida,
anunciada nesta terça-feira (18), é a criação de linhas de crédito por bancos
públicos, com taxas de juros menores para quem se comprometer a não demitir
funcionários.
O uso dos bancos
públicos para financiar o setor produtivo fez parte da política de incentivo ao
crescimento adotado entre 2008 e 2014, abandonada e criticada pela atual equipe
econômica, em especial pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central.
A Caixa vai liberar
cerca de R$ 5 bilhões somente para o setor automotivo, incluindo dinheiro
próprio e recursos dos trabalhadores (FAT e FGTS). O BB também vai anunciar
linhas de financiamento para essas empresas, na quarta-feira (19).
Também estão em
negociação com o governo os setores de petróleo e gás, alimentos, energia
elétrica, eletroeletrônico, telecomunicações, fármacos, químico, papel e
celulose, máquinas e equipamentos e construção civil.
A presidente da
Caixa, Miriam Belchior, afirmou que se trata de uma política que foi discutida
com várias áreas do governo e tem como objetivo ajudar as empresas a
"respirar" durante este "momento de travessia" pelo qual
passa a economia brasileira.
"Foi debatido
inclusive com a Fazenda. É uma posição de consenso do governo", afirmou a
presidente da Caixa, que não quis afirmar quais seriam as outras medidas que
serão tomadas, além do aumento do crédito bancário.
Em relação ao setor
automotivo, serão quatro linhas de crédito. Em três delas, as prestações só
começam a ser pagas daqui a seis meses, quando o governo espera que a economia
tenha começado a se recuperar, segundo a presidente da Caixa.
A primeira é a
antecipação de recursos para fornecedores de montadoras, com juro a partir de
1,41% ao mês. As mesmas empresas contam ainda com dinheiro para despesas do
segundo semestre a partir de 0,83% ao mês + TR. Nesse caso, os empréstimos
contam com dinheiro da Caixa e do FGO (Fundo de Garantia de Operações).
A Caixa também vai
financiar compra de máquinas novas e usadas a 1,5% ao mês com dinheiro do FAT
(Fundo de Amparo ao Trabalhador). A quarta linha é para renovação de frota
(transporte coletivo, máquinas agrícolas e caminhões) com dinheiro do FGTS na
linha Pró-Transporte a 9% + TR ao ano.
As taxas mínimas
serão aplicadas a empresas que se comprometerem a não demitir trabalhadores
durante o prazo do empréstimo. Esse controle deverá ser feito por meio do
acompanhamento da folha de pagamento da empresa. Em caso de demissão, o
desconto na taxa de juro deixa de valer.
FONTE: FOLHA EXPRESS
FONTE: FOLHA EXPRESS
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