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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Lama avança pelo mar do Espírito Santo

O mar agitado em Regência, distrito de Linhares, no Espírito Santo, tornou-se uma barreira natural e deixou estancada na foz do rio Doce neste domingo, 22, a lama vinda do rompimento das barragens em Mariana (MG) -a 700 km de distância.
Perto do limite entre rio e mar, peixes cobertos de barro agonizavam, boiando na água barrenta misturada à água limpa e salgada.
A previsão é que a enxurrada de lama que afetou a qualidade da água de municípios ao longo do rio Doce, levando até à suspensão do abastecimento, se espalhe por 9 km da costa capixaba -afetando, por muitos anos, algas, moluscos, crustáceos e peixes.
Embora a chegada dos rejeitos possa provocar impactos no litoral, a permanência deles concentrados por muito tempo no rio Doce, sem margem de escoamento pelo oceano, é vista com preocupação ainda maior pelas autoridades locais, que temem pela degradação acentuada.
O abastecimento de água na cidade capixaba de Colatina, que tem mais de 120 mil habitantes, continuava afetado devido ao avanço da lama.
Contenção
O material com rejeitos de minério chegou ao mar na tarde de sábado. Boias de contenção foram instaladas, por determinação judicial, pela Samarco, mineradora responsável pela barragem rompida em Minas no dia 5. Mas não impediram a passagem da lama mais fina.
A Samarco afirma que a eficiência das barreiras nas áreas protegidas chegou a ser “de até 80%”.
Para evitar a concentração dos rejeitos na foz do rio Doce, escavadeiras tentaram abrir duas valas no banco de areia que separa rio e mar para liberar a lama, mas a operação na noite de sábado e manhã de domingo fracassou.
Uma linha bem nítida marca a divisão da água doce barrenta com a salgada, ainda limpa. Boiam na união destas águas restos de vegetação e peixes quase mortos. 
(Folhapress)

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