Dois retratos distintos dividem o campo no Castelão nesta 38ª rodada. De um lado, o Ceará que chutou a imagem de time desacreditado, protagonizou arrancada surpreendente e tornou possível a permanência na Série B. Do outro, um Macaé que era surpresa, mas desabou na tabela e agora corre risco de ser rebaixado à Série C. Mas ao observar os números das duas campanhas é que os contextos de Vovô e Leão alvianil se tornam similares. Os adversários jogam para fugir do pesadelo da Z-4.
Com Lisca, o Ceará renasceu. A partir da vitória sobre o Botafogo, na 30ª rodada, conseguiu somar 16 pontos em sete jogos e rechaçou a matemática que o classificava como time 98% rebaixado. Em 17º e com 42 pontos, o time tem um ponto a menos do que Macaé (15º) e Oeste (16º). Porém, o Vovô venceu mais do que seus concorrentes: são 17 vitórias contra 14 de cada. A série de cinco triunfos consecutivos possibilita a permanência do clube na Série B, caso todos permaneçam com 43 pontos ao fim da última data de Segundona.
A diferença de aproveitamento entre clubes cearense e fluminense é fração. O Ceará tem 37,8%, enquanto o Macaé soma 38,7%. No entanto, as últimas rodadas apontam a melhor fase alvinegra, visto que o adversário conseguiu apenas duas vitórias nos últimos oito jogos. Ceará x Macaé representa ascensão contra descenso.
Basta lembrar do técnico Marcelo Cabo para perceber o que mudou de meados do campeonato até aqui. Em agosto, na reta final do primeiro turno, ele trocou o Macaé, então 12º colocado, pelo Ceará, que era lanterna. Naquele momento, o time carioca caiu de rendimento e passou a compartilhar maus resultados com o Vovô. Mas, diferente do Alvinegro, não conseguiu emplacar reação intensa diante da crise.
De destaque, a equipe alvianil tem o melhor ataque entre os ameaçados de rebaixamento. São 46 gols marcados, contra 41 do Ceará. Mas, o adversário do Vovô também conta com a pior defesa entre os três que flertam com a zona - 53 gols sofridos.
Taticamente, a equipe mandante entra mais consistente. O técnico Lisca tem à disposição seu time titular completo, no 4-2-3-1 que ganhou identidade num meio-campo de saída rápida, com Ricardinho, Wescley e Alex Amado, Rafael Costa como centroavante, e defesa reforçada pela segurança de João Marcos como primeiro volante e pelo goleiro Éverson em bom momento. O visitante vem bastante desfalcado - oito jogadores fora, no total. O técnico Toninho Andrade tem como ponto alto do time o ataque formado por Pipico e Anselmo.
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