Relator da reforma política
recua de mandato de 10 anos para senador
Menos de 24 horas após propor mandato de dez anos para
senador, o relator da reforma política, deputado Marcelo Castro (PMDB-PI),
disse nesta sexta-feira (15) que se arrependeu e voltará à ideia original de
cinco anos.
“Foram tantas pancadas de ontem para hoje. Todo mundo me
crucificando. Então, por que eu vou pagar um preço por uma coisa que eu acho
errada? Acho que o mandato deveria ser igual para todo mundo. Cinco anos é um
mandato absolutamente razoável para todos os níveis”, afirmou.
Originalmente, o parlamentar havia apresentado seu relatório na
comissão especial na última terça-feira (12) com a proposta de reduzir dos
atuais oito para cinco anos o mandato de senador, coincidindo com o que ele
defende para os demais cargos.
Depois, na quinta (14), inseriu no texto duração do mandato
de 10 anos, ideia que agora deixa para trás.
Castro
justificou a mudança de cinco para 10 anos dizendo que não queria travar a
aprovação da reforma política, como, segundo ele, aconteceu em outros momentos
no Congresso.
“"[A mudança] Foi por conta de uma negociação que eu fiz, porque
fui acusado que estaria dificultando a aprovação do projeto de reforma
política, que eu estava muito intransigente, que o Senado não iria aceitar o
mandato de cinco anos”, argumentou.
E completou: “Resolvei ceder, mas só aguentei um dia. Se os senadores
querem [mandato de dez anos], eles que proponham. Eu não quero esse desgaste
para mim”.
O projeto seria votado na quinta (14), mas os deputados pediram mais
tempo para analisar o relatório e a votação acabou adiada para a próxima terça
(19).
Segundo Castro, as críticas vieram de todos os lados, inclusive da
própria família. “Tem um grupo de whatsapp da família. Eu fui bombardeado do
começo ao fim. Cheguei em casa à noite e tive que explicar para a minha
mulher”, contou.
Outro ponto que o Senado tenta barrar no relatório dele trata do
suplente de senador que não tem voto popular. Hoje, um senador se elege para um
mandato de oito anos e escolhe dois suplentes, normalmente correligionários.
A proposta inicial do relator era que, no caso de vacância do cargo, a
suplência fosse preenchida pelos candidatos que ficaram derrotados, pela ordem
do número de votos obtidos.
Ele acabou cedendo para que cada senador seja eleito com um suplente,
mas com a proibição de que não poderá indicar cônjuge ou parente.
No entanto, nesta sexta, ele disse que ainda estuda como deixará essa
questão no relatório. “Muito provavelmente, hoje à tarde eu vou decidir sobre
isso”, afirmou.
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