A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), Tereza Campello, afirmou que a aprovação de corte de R$ 10 bilhões no orçamento do programa Bolsa Família “seria um desastre para o Ceará”. Caso seja efetivada, a redução teria impacto de cerca de R$ 800 milhões na economia do Estado, segundo estimativa do ministério.
Campello esteve ontem em Fortaleza para participar da entrega de caminhões e outros equipamentos para reforçar a segurança alimentar no Ceará. Durante seu discurso, a ministra criticou a ideia de corte no programa federal, sugerida como tentativa de ajustar as contas do governo para o ano que vem.
Ela defendeu que parlamentares rejeitem a proposta, de autoria do deputado Ricardo Barros (PP-PR), relator-geral do Orçamento 2016, de reduzir de R$ 28,8 bilhões para R$ 18,8 bilhões a verba do Bolsa Família.
Se aprovada a redução, apenas no Ceará o programa deixaria de atender 1.621.709 cearenses, informou Teresa Campello.
“Vocês acreditam que tem gente no Congresso Nacional propondo tirar R$ 10 bilhões do Bolsa Família? Nós somos contra. Seriam mais de R$ 800 milhões que a gente perderia por ano”, disse a ministra em discurso para prefeitos cearenses e trabalhadores rurais, no Parque de Exposições César Cals.
Rejeição
Campello pontua, no entanto, que não acredita que o corte será aprovado. A ministra citou moção de repúdio à proposta, assinada pelos 30 deputados da Comissão de Seguridade Social, na última quarta-feira. “A maioria dos deputados e senadores e toda a nossa bancada nordestina têm deixado muito claro que é favor de manter os R$ 28 bilhões para o Bolsa Família. (...) Há essa proposta, mas eu acredito que ela vá ser rejeitada”, afirmou.
O autor do corte, o deputado Ricardo Barros, tem defendido a mudança, alegando que o objetivo é enxugar beneficiários que não se enquadram nos moldes do programa. Após audiência em que foi aprovada a moção, o parlamentar disse que, se for feita a reestruturação, “quem realmente precisa não deixará de receber”.
O líder do Governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT), deu coro à fala da ministra e disse que a proposta não será aprovada.
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), lembrou que o Estado passa pelo quarto ano de estiagem e, se não fosse por programas sociais como o Bolsa Família, o Ceará poderia reviver cenários de migração para a Capital.
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