O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome informa que, nos últimos 12 anos (2002-2014), a pobreza extrema do Ceará saiu de 17,9% para 5,5% da população. A variação representa queda de 69,3% entre aqueles que vivem com até US$ 1,25 por dia. Com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), o cálculo seguiu os parâmetros das Nações Unidas (ONU).
Embora a queda tenha sido expressiva, a pobreza extrema no Estado continua acima da média nacional, que fechou nos 2,5% em 2014, segundo a assessoria do ministério. A pesquisa leva em consideração somente a renda dos indivíduos.
Em entrevista ao O POVO, a ministra Tereza Campello atribuiu os bons resultados a programas de distribuição de renda, como o Bolsa Família. Ela também destaca o aumento do salário mínimo na última década que aumentou o poder de consumo da população.
“O Bolsa Família tem um efeito multiplicador na economia. A cada R$ 1 investido pelo programa, R$ 1,78 volta para o Ceará”, afirma. Ela milita para que o projeto não seja afetado pelos cortes, devido ao aperto nas contas e à crise financeira no País.
Perspectiva
Tereza destaca que o Ceará também tem se destacado em relação à pobreza multidimensional, que leva em conta não apenas a renda, mas o acesso da população a bens e serviços.
No Ceará, conforme dados do Pnad, ela aponta que a frequência escolar está acima da média nacional entre os estudantes de Ensino Médio.
A ministra rebate acusações de que beneficiários do Bolsa Família não trabalham, podando a produtividade do País. “Metade dos que recebem o benefício têm menos de 18 anos. Então, de fato, o programa é responsável de diminuir as pessoas trabalhando com menos de 18 anos. Porque queremos eles na escola”, argumenta.
Apesar da crise econômica, Tereza acredita que a pobreza extrema não deve voltar a números alarmantes no Ceará. “Temos avaliado que a renda da população C e D não tem caído.Neste momento os programas não serão ampliados, mas vamos mantê-los”, diz.
A ministra estará hoje no Ceará para entrega de equipamentos de apoio para as Unidades de Distribuição da Agricultura Familiar, como Caminhões, freezers verticais, balanças. Ao todo, 93 municípios serão beneficiados.
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