Rádio Líder FM de Acopiara

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Planalto dá como certa derrota no TCU e vê risco real de perder apoio de Lula

O governo tem trabalhado com a certeza de que será derrotado no TCU (Tribunal de Contas da União) e, pela primeira vez, acredita que corre o risco real de perder o apoio do ex-presidente Lula.

Lula passou a fazer críticas públicas à política econômica deste segundo mandato. Na quinta-feira (10), assustou a cúpula do Palácio do Planalto ao dizer, publicamente, que o ajuste fiscal promovido pela presidente significa corte de salário e emprego.

E foi além. "A economia não poderia funcionar [em sua administração] sem uma política de, primeiro, muita previsibilidade. Porque em economia não existe mágica, existe uma palavra chamada confiança e credibilidade. E se ela existir entre os governantes e os governados, tudo fica mais fácil."

O problema é que confiança e credibilidade são dois atributos que a gestão de sua criatura perdeu nos últimos meses do segundo mandato.

Empresários que, até a semana passada, preparavam uma ofensiva no Congresso para ajudar o governo a aprovar medidas de contenção de gastos e, assim, evitar o rebaixamento do selo de bom pagador do Brasil, passaram a refazer cálculos após a agência S&P (Standard & Poor's) tirar o grau de investimento brasileiro.

Esses mesmos empresários ainda dão um voto de confiança para a presidente, mas esperam que ela reaja a tempo. Caso contrário, vão avaliar se é melhor manter o apoio a um governo que não consegue apontar saídas para a crise ou se ajudam a promover uma troca de guarda, como deseja o PMDB, o partido que, com uma ou outra exceção, conspira no banco de reserva.

TCU

Outro obstáculo no percurso de Dilma está no TCU. E, aos olhos de auxiliares de Dilma, já são irrisórias as chances de se obter vitória no julgamento das chamadas pedaladas fiscais e outras manobras para mascarar gastos públicos em 2014.

A rejeição das contas presidenciais relativas ao ano passado é o pontapé que a oposição espera para deflagrar um processo de impeachment por suposto crime de responsabilidade.

No termômetro de ministros petistas, o governo se fragilizou muito nos últimos dias. Está mais vulnerável, reagindo por espasmos.

Até mesmo funcionários do Palácio do Planalto, militantes do PT nas últimas quatro eleições nacionais, não escondem insatisfação com a chefe. E a intriga, artefato abundante no atual estágio da crise, conquistou níveis estratosféricos. Ministros andam se estranhando em padrão quase diário.

Folha de S. Paulo

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