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quarta-feira, 29 de abril de 2015

Brasil faz críticas a governo indonésio

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Brasília/ Cilacap (Indonésia). O governo federal afirmou em nota ontem que a execução de Rodrigo Muxfeldt Gularte por autoridades da Indonésia configura um "fato grave" nas relações com o país asiático. "A execução de um segundo cidadão brasileiro na Indonésia, após o fuzilamento de Marco Archer Cardoso Moreira, em 18 de janeiro deste ano, constitui fato grave no âmbito das relações entre os dois países e fortalece a disposição brasileira de levar adiante, nos organismos internacionais de direitos humanos, os esforços pela abolição da pena capital", diz o texto.
Segundo a nota, a presidente Dilma Rousseff (PT) reiterou o pedido de perdão ao brasileiro - condenado por tráfico de drogas. O governo prestou a "devida assistência consular" e acompanhou "sua situação jurídica, na busca de alternativas legais à pena de morte", diz o texto.
O brasileiro de 42anos, preso desde 2004, foi executado por fuzilamento na madrugada de quarta (29) na Indonésia - início da tarde de terça (28), no Brasil. A execução foi na ilha de Nusakambangan.
Família
O encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em Jacarta, Leonardo Monteiro, acompanhou o fuzilamento na ilha ao lado da prima de Gularte, Angelita Muxfeldt. Aproximadamente 300 pessoas, entre jornalistas indonésios e estrangeiros, e curiosos estavam diante do porto de Wijayapura, que dá acesso à ilha. Longe do local de execuções, era o mais próximo a que os jornalistas podiam chegar. Um grupo contra pena de morte protestou no local.
O corpo de Rodrigo sairia direto da ilha em um comboio com Leonardo e Angelita rumo a Jacarta, onde ficará em um hospital para iniciar os preparativos para envio ao Brasil.
Angelita e Monteiro chegaram ao local cerca de seis horas antes. Os dois, assim como outros diplomatas e familiares, foram mantidos a cerca de um quilômetro do local de fuzilamento. A jornalistas, Angelita disse que ele estava calmo e que ainda não acreditava que seria morto.
No Brasil, a família de Rodrigo afirmou, em comunicado, que a Indonésia nunca será capaz de redimir sua falha ao proteger os direitos humanos e as pessoas com doenças mentais. Rodrigo foi executado, apesar de ter sido diagnosticado com esquizofrenia e transtorno bipolar.
A Procuradoria-Geral da Indonésia chegou a examinar o brasileiro, mas o resultado nunca foi divulgado. A argumentação da Indonésia era que o fato de ser doente não impedia a aplicação da pena capital. Também foram executados ontem um indonésio, dois cidadãos da Austrália, três da Nigéria e um de Gana.
Uma filipina de 30 anos, Mary Jane Veloso, foi poupada da execução após prisão de mulher apontada como responsável por colocar droga na bagagem dela. A prisão aconteceu nas Filipinas.

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